Especial franquias de até R$10 mil
Aumento da classe C despertou também as demandas por franquias com baixo custo. As chamadas mircrofranquias ganham o mercado brasileiro
Fabiane Abel
Investir o pé de meia feito durante décadas de trabalho e finalmente abrir uma franquia foi, por algum tempo, a forma que muitos brasileiros encontraram para se tornarem empreendedores. Nos últimos anos, essa realidade tem mudado. Franquias que exigem investimento inicial pequeno - de R$ 5 mil a R$ 10 mil, por exemplo - ganharam espaço no cenário de franchising brasileiro.
Uma estimativa da Associação Brasileira de Franchising (ABF) revela que já existe no País cerca de 2.500 franqueados de um total de mais de 50 marcas de microfranquias. "A fatia de participação delas no mercado deve chegar a 20% até o fim de 2011", diz o diretor- executivo da Associação Brasileira de Franchising, Ricardo Camargo.
Ainda de acordo com a ABF, o segmento encerrou o ano de 2010 com um crescimento de 20,4% em relação ao ano anterior. O número superou as expectativas e um dos grandes responsáveis por esse desempenho foi o surgimento das microfranquias (cujo investimento inicial não passa de R$50 mil), amparado no próprio desempenho da economia brasileira, pela oferta de crédito e o aumento do poder de compra da população.
Geralmente, elas se caracterizam pelo baixo investimento e pela pouca complexidade operacional. Muitos dos negócios podem ser administrados de casa e não envolvem estoques, coleções, manipulação de produtos ou softwares complexos. O sucesso no mundo das microfranquias, entretanto, exige planejamento, análise do mercado e da região de atuação, e escolha criteriosa do ramo de atividade. O ponto de partida deve ser a afinidade com o negócio. Quem não gosta de trabalhar no fim de semana, por exemplo, deve pensar duas vezes antes de abrir um negócio em shopping ou ligado a alimentação.
Camargo, da ABF, lembra que também é indispensável pesquisar a marca, o histórico da empresa e o grau de satisfação dos franqueados. "Isso é importante para avaliar se o negócio tem futuro e potencial de captura de cliente", enfatiza.
Entretanto, nada é mais importante que a presença do dono no negócio. Quem abre uma microfranquia está comprando um emprego.
A Todo Vapor A JAN-PRO, multinacional americana que acaba de se instalar no Brasil, firmou seus primeiros contratos. A operação comercial da empresa no País começou oficialmente na 20ª ABF Expo Franchising, em São Paulo. "Durante os quatro dias de feira, mais de 300 pessoas visitaram o nosso estande e 108 empreendedores entraram em contato logo após o evento, interessados em abrir uma franquia", sinaliza o diretor-comercial da JAN-PRO no Brasil, José Cabral. Em São Paulo, por exemplo, a empresa espera abrir quatro unidades por mês até o final do ano. "Nosso diferencial em relação à concorrência é que todos os novos franqueados já possuem um contrato garantido para iniciar a operação", comenta o executivo explicando que os franqueados regionais terão a meta de abrir 12 pontos por ano, fechando 2011 com, pelo menos, 50. Já no Rio de Janeiro há 45 empresários interessados na JAN-PRO, dos quais 12 já receberam a Circular de Oferta e quatro aguardam a análise da empresa para iniciar o negócio em novembro, ocasião que reforçará a presença do empreendimento na ABF Expo RJ. "Em Salvador, Brasília, Curitiba, Porto Alegre e Recife as ações seguem em ritmo acelerado, o que reforça o interesse de diversos empresários que estão fora da Região Sudeste", informa Cabral. Dessa forma, a marca pretende atingir, em agosto de 2012, a marca de 100 franquias em operação. Com receita média de R$30 mil por franquia, o objetivo da empresa é alcançar o faturamento anual de R$36 milhões somente no primeiro ano de atuação no País. De acordo com Cabral, o potencial brasileiro deve chegar a duas mil franquias em cinco anos e, para atingir essa meta, a multinacional aposta em tecnologia e traz para o Brasil um exclusivo sistema de desinfecção de ambientes, que permite eliminar 99% das bactérias, o enviroshield. "O mercado de franchising nunca esteve tão aquecido no País e esse é um dos aspectos que acontece em decorrência do novo modelo de consumo dos brasileiros", afirma o diretor. "Só em 2010, cerca de 20 milhões de pessoas migraram para a classe C, aquecendo a economia. E a ideia de assumir o próprio negócio é o que faz da microfranquia da JAN-PRO, por meio do planejamento estratégico e do acompanhamento do franqueador, a possibilidade de realização de um sonho", destaca o executivo. A JAN-PRO oferece três modelos de franquia: a microfranquia - a partir de R$ 5 mil, a franquia gerencial - a partir de R$ 25 mil - e a franquia empresarial - a partir de R$46,8 mil. Em todas as opções, o franqueado recebe apoio e treinamento antes de iniciar as operações. O diferencial está na garantia do primeiro contrato. "Assim que o empreendedor fecha contrato conosco, garantimos o primeiro cliente, com compromisso firmado por um ano, e ele próprio é quem executa o serviço. Depois de iniciar a prestação de serviços, estimamos o retorno do investimento em até seis meses e o faturamento anual de até R$70 mil", explica Cabral. "Além disso, oferecermos o parcelamento de 60% do valor da taxa inicial em até 36 vezes", completa. Para assumir essa responsabilidade com o cliente, a JAN-PRO acaba de fechar acordos com administradoras de imóveis e pretende abordar cerca de 110 prédios comerciais em São Paulo. | ||||||||||||
O QUE SÃO MICROFRANQUIAS?
São empreendimentos de baixo investimento e baixo custo operacional, o que possibilita que empreendedores de menor poder aquisitivo possam realizar o sonho do negócio próprio. Contudo, não devemos confundir com um de baixa lucratividade. Com empenho e dedicação, o franqueado pode ter um ótimo resultado financeiro.
O desenvolvimento das microfranquias no Brasil permite que os empreendedores, com pouco capital para investir, possam atuar em um negócio estruturado, com marca e com conhecimento para operação e gestão. Outra vantagem é ter mais chances de permanecer no mercado.
As microfranquias funcionam como as demais, o que muda é o porte e a complexidade da operação. Esses negócios geralmente são operados por uma única pessoa, o próprio empreendedor, e não exigem um ponto comercial.
Da mesma forma, seguem padrões e regras pré-definidas pela empresa franqueadora e trabalham com contrato de franquia obedecendo a Lei nº 8955. Para o Brasil, as microfranquias contribuem para a redução da informalidade nos pequenos negócios, uma vez que o franqueado deve abrir a sua microempresa de acordo com a lei para poder operar.
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Em Busca de Franqueados A empresa "Seu Pet com Sobrenome" surgiu em 2011 como uma franquia inovadora para atender às necessidades de um dos setores que mais cresce no País. O projeto que oferece um serviço inédito - o registro oficial de animais de estimação com o sobrenome dos donos - está em plena expansão e busca franqueados em todo Brasil. Com uma estratégia bem definida, a empresa conseguiu unir dois nichos em franca expansão: o mercado pet e as microfranquias. Só no Brasil, são contabilizados 98 milhões de animais de estimação, segundo dados da Associação Nacional dos Fabricantes de Produtos para Animais de Estimação (Anfalpet). As microfranquias são a aposta de novos empreendedores que querem investir pouco e ter rápido retorno. A estimativa da ABF é de que, até o final de 2011, a fatia de participação desse tipo de negócio no mercado brasileiro deva chegar a 20%. Para se tornar um franqueado do "Seu Pet com Sobrenome", é preciso fazer um investimento inicial em torno de R$13 mil e o candidato não precisa necessariamente ter um ponto comercial, pois a franquia pode ter o seu trabalho realizado por meio de quiosques. Os quiosques fixos podem ser instalados em shoppings centers ou em outros pontos comerciais já existentes. E o franqueado com um quiosque móvel pode atender em diversos lugares, de acordo com a demanda, sempre mantendo a sua região (um Pet Shop, por exemplo). Além do atendimento em locais físicos, os registros também podem ser adquiridos pelos clientes por meio da internet. O gestor Jefferson Ramirez, responsável pela expansão da rede, explica que esse fator é mais um benefício para os franqueados. "Os pedidos via site são direcionados à franquia que atende aquela região, garantindo a rentabilidade do negócio", afirma. A empresa calcula chegar ao final de 2011 com a abertura de 200 franquias, uma vez que é uma opção de investimento para novos empreendedores e empresários que já atuam no mercado PET e desejam oferecer um serviço diferenciado em seu estabelecimento.
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